Laura Chinchilla, presidenta da Costa Rica

Laura Chinchilla Miranda é a mais nova mulher a chegar ao cargo máximo de um país. Ex-vice-presidente e ex-ministra da Justiça no governo de Óscar Arias Sánchez, assumiu a presidência da Costa Rica em 8 de maio, depois de concorrer pelo Partido Liberación Nacional. Trata-se da primeira presidenta da Costa Rica desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto por lá, em 1948. Na América Latina, ela se soma a outras cinco eleitas.

 

Com visual mais para o despojado do que para o formal, Laura aparece pouco com ternos e taillers. O mais comum é combinar calça e saia com camisa — que pode ter estampa discreta, com predomínio de uma cor. Blazer ou cardigã se sobrepõe. Econômica em acessórios como colares e brincos, ocasionalmente Laura recorre a cintos para marcar a cintura, num toque ousado para uma presidenta.

 

Isso significa que aprovamos seu estilo? Não… Porque o visual de Laura simplesmente não reflete sua personalidade. Se suas roupas mostram uma mulher que olha para a frente, suas opiniões são de uma mulher presa ao passado. A presidenta, por exemplo, se opõe à separação de Estado e igreja católica e já participou de marcha contra o união civil de homossexuais.

Renda na visita a Paris

A visita de Dilma Rousseff à França adicionou um elemento ao figurino habitual da candidata: a camisa de renda. Elemento que remete a feminilidade, a sensibilidade. Pode-se dizer que Dilma se apresentou muito bem na sua primeira parada no exterior, mas seria desejável uma pequena correção: como a renda e o plissado do blazer brigam entre si, o ideal era ter usado um sem detalhes, de manga comprida e ligeiramente mais ajustado.

Força vermelha no lançamento da campanha

Não poderia ser diferente. No evento em que oficializou sua candidatura à presidência da República, Dilma Rousseff estava vestida de vermelho. Uma maneira de reforçar seu laço com o Partido dos Trabalhadores. Não à toa, o presidente Lula, a primeira-dama, Marisa Letícia, e o vice-presidente, José Alencar, usavam a mesma cor. Forma de demonstrar apoio para a candidata que pretende seguir mudando o país.

 

O terno de Dilma combinava blazer vermelho, com detalhes em cordonê, e calça preta. Brinco e colar de pérolas (olha ele de volta!) completavam o visual. E olhando as fotos bem de perto… Reparamos que Dilma estava protegida contra mau-olhado: uma pulseira com o que parece ser o ameluto turco nazar boncuk, um olho azul.

 

Lenço é a nova pérola?

Quando era minista-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff costumava combinar todas as suas roupas com pérolas. Agora que é pré-candidata à presidência da República, o colar foi substituído por lenços. Em pelo menos quatro eventos dos quais participou no último mês, Dilma apareceu com lenços/pashminas sobrepostos ao blazer. Monotonia que reforça a importância de incrementar seu estilo.

Dia: Look Oscar de la Renta

Dilma veste look Oscar de la Renta temporada Verão 2008. Sugestão para visita ao Rio de Janeiro.

Dia: Branco total de Graça Ottoni

Dilma veste look Graça Ottoni da temporada Verão 2011. Sugestão para visita ao Nordeste, com sapatilha cinza no lugar do sapato prata.

O novo cabelo de Dilma Rousseff

Celso Kamura, do estúdio CKamura, é o responsável pelo novo cabelo de Dilma Rousseff:  bem curto, escovado para trás, com fundo castanho e mexas em vários tons de vermelho. Antes, os fios estavam na altura do queixo, armados e com uma cor única amarronzada — pesando e avolumando o rosto da ex-ministra-chefe da Casa Civil. O corte lembra o da estilista Carolina Herrera, conhecida por sua elegância clássica.

A mudança rejuvenesceu e modernizou a candidata à presidência, que mostrou a mudança no encontro do Movimento Negro do PT, na Bahia, na sexta-feira. Na ocasião, Dilma também agradou por apostar numa maquiagem mais clara — especialmente o batom, que costuma usar erradamente mais escuro. Compare no antes e depois.

Avatar da Dilma

A partir de fotografias, o Vestindo Dilma criou este avatar de Dilma Rousseff. A intenção é usá-lo como manequim, no qual vamos experimentar novos visuais para a candidata à presidência. No cabeçalho do blog, é possível ver a imagem que inspirou o desenho. Não ficou parecido?

Por que vestir Dilma?

Terno executivo é o traje padrão dos presidentes brasileiros e dos demais estadistas ocidentais; eleita uma mulher para governar o Brasil, qual seria o seu traje padrão? A pergunta é pertinente — pois a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tem chances reais de ser eleita presidente em alguns meses — e também de difícil resposta — pela falta de precedentes locais.

Internacionalmente, desde a chegada de Sirimavo Bandaranaike ao posto de primeira-ministra do Sri Lanka em 1960, poucas mulheres atingiram a posição de chefe de Estado. Entre as mais conhecidas, estão Isabel Perón (Argentina), Margaret Thatcher (Reino Unido), Benazir Bhutto (Paquistão) e, mais recentemente, Michelle Bachelet (Chile), Angela Merkel (Alemanha) e Cristina Kirchner (Argentina).

A maior parte delas adota/adotou como figurino paletós com calça (os ternos) ou paletós com saia (os tailleurs), tendo como referência o traje de seus pares do sexo masculino. A escolha nem sempre é/foi acertada. O Vestindo Dilma surge com a intenção de identificar as mulheres poderosas e analisar como cada uma tirou proveito do guarda-roupa feminino.

O nome do blog explicita que o foco principal é Dilma Rousseff. Começamos hoje a comentar a roupa do poder, de modo a auxiliar tanto a candidata do Partido dos Trabalhadores na eleição presidencial de 2010 como outras mulheres bem-sucedidas no mercado de trabalho — a partir de sugestões práticas.

Aqui, a moda é encarada não só do ponto de vista de cortes e cores, mas também de seus códigos e significados. Afinal, como disse o artista francês Jean Cocteau, "o estilo é uma maneira muito simples de dizer coisas complicadas".